Nome: Sal
Autora: Maurice Gee
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 196
Hari e Tarl, seu pai, viviam uma vida miserável na Toca Sangrenta, onde passavam fome por longos períodos de tempo e lutavam para sobreviver, até que Tarl é capturado pelos Chicotes, a polícia da Companhia, e levado para trabalhar de forma escrava no Sal Profundo, um lugar misterioso do qual ninguém jamais volta. Hari sabe que é difícil, mas promete a Tarl que o salvará.
Os homens enviados para lá nunca voltavam à superfície. Ninguém sabia o que escavavam e, depois de um tempo, um por um, os homens desapareciam. Nenhum corpo, nem restos de corpo, jamais foi encontrado.
Enquanto isso, Pérola Radiante foge da sua confortável vida na Cidade, junto com Folha de Chá, sua criada, para assim poder escapar de um casamento arranjado com Ottmar, um homem nojento, responsável pelas minas de sal e pelo Sal Profundo.
O caminho deles logo se encontram e eles descobrem possuir a mesma habilidade: falar na mente dos outros e mexer com suas ações e lembranças, Pérola aprendeu a fazer isso com Folha de Chá, uma Citadina, e Hari aprendeu com Ló, um homem cego da Toca Sangrenta que dizia ouvir uma voz que lhe dizia as coisas, às vezes sobre o futuro.
À medida que cada um vai seguindo sua própria jornada, mesmo estando juntos, eles passam a descobrir boatos sobre como a Companhia caiu assim que eles saíram e que Ottmar se declarou rei; se a Companhia já era ruim, Ottmar será pior ainda, levando em consideração que ele pretende usar o Sal Profundo, uma substância misteriosa que deixa as pessoas doentes rapidamente e as leva à morte, para eliminar seus inimigos e dominar todo o território da Companhia.
Hari e Pérola, com a ajuda dos Citadinos, precisam resgatar Tarl, impedir os planos de Ottmar e acabar de vez com o risco que o Sal Profundo oferece, ao mesmo tempo que tentam entender o que a misteriosa voz é, para poderem salvar a si mesmos e às pessoas que amam.
Sal é uma distopia fantástica bastante interessante. Comecemos pela trama, que me encantou de cara; Maurice Gee criou um novo mundo, onde uma sociedade, antes estável, foi astutamente enganada por um governo manipulador que, aos poucos e sob uma máscara, conquistou todas as terras e tornou a vida das pessoas pobres as mais miseráveis possíveis.
O enredo distópico do autor foi bem elaborado e bem explicado durante o decorrer da história. Além da distopia, a fantasia que o autor usa no livro é muito legal; mesmo numa sociedade medieval, os Chicotes possuem armas de raios, existem outras raças, diferentes fisica e mentalmente, como os Citadinos, algumas pessoas são capazes de falar com a mente e há a tal misteriosa substância que é o Sal Profundo. Primeiro ponto positivo do livro: enredo incrível, convincente e bem desenvolvido.
Os personagens são bem diversos; cada um tem uma personalidade única. Em todo livro há personagens que o leitor gosta e há os que o leitor simplesmente não consegue engolir, e em Sal não é diferente; ao mesmo tempo que nos encantamos com a história e a jornada de alguns, odiamos outros e por aí vai.
Outro ponto positivo de Sal é sua complexidade. Apesar de o autor ter uma escrita simples (e ao mesmo tempo poética) e de a trama não ser difícil de entender, a história de Sal é bem mais complexa do que parece, principalmente quando se leva em consideração o quão fino o livro é. Ele tem pouquinhas páginas, mas tem muita história, muitas aventuras e reviravoltas e, aleluia, NADA DE PONTAS SOLTAS. Concordando com outra resenha que li desse livro, afirmo: mesmo sendo uma trilogia, Sal não deixa nada faltando. Eu até fiquei curioso em saber o que vai acontecer nos próximos livros, já que, pra mim, o final ficou bem redondinho rs. O autor dá só um puxãozinho para o próximo livro, mas bem de leve mesmo!
Sal é uma história que fala sobre lealdade, poder e confiança. É uma aventura e tanto e eu não vejo a hora de ter a continuação em mãos. Simplesmente adorei esse livro e, com certeza, recomendo a quem busca por uma história única e instigante.
E nem preciso comentar sobre essa capa, não é? Marina Avila, como sempre, arrasou no trabalho e o acabamento físico da editora ficou MUITO BOM! A mistura de efeitos na capa ficou ótima. A única coisa que não ficou tão legal foi a diagramação, que ficou simples comparada ao restante do livro.
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